segunda-feira, 31 de dezembro de 2007

Diálogo com Janus


Eu: Caríssimo... como estás?
Janus: Um pouco atarefado... e tu Mercúrio?
Eu: Estou bem... estou bem... atarefado também, muita decisão no ar... sabes como é.
Janus: Se sei... chegámos aquele momento mágico do ano... onde andamos a servir quem nos serviu durante o ano.
Eu: Achas que os gajos (os humanos) percebem isso?
Janus: Não sei... sinceramente não sei... acho que ás vezes já nem os percebo.
Eu: É verdade... há lá bicho mais estranho... passam todo o ano a olhar para o umbigo e no dia em que o deviam mesmo fazer... passa-lhes ao lado.
Janus: Eu tento... não podem dizer que não lhes crio um momento propício para o fazer! Só têm que olhar para dentro deles num breve instante cósmico, em que todos nos alinhamos, para que as suas decisões tomem verdadeira forma nos seus espíritos.
Eu: É verdade caro colega... Andamos aqui nós a preparar vias de comunicação directa com os tipos e eles não aproveitam.
Janus: É como dizem os mais velhos pá... os tipos lá dentro até são como nós mas primeiro que o vejam... arre.
Eu: Deixa lá... também não são todos assim, muitos há que de facto percebem este momento mágico e se alinham conosco, olha... eu tenho conhecido alguns.
Janus: Sim Mercúrio... eis uma verdade que tenho notado, os tipos estão a ficar cada vez mais (d)espertos...
Eu: Bom... vamos lá ao trabalho que isto agora vai começar a aquecer... venham de lá essas promessas!
Janus: Vamos ver... vamos ver, eu acredito.

quinta-feira, 27 de dezembro de 2007

quinta-feira, 20 de dezembro de 2007

O telefone




É meio-dia... já não chove mas o húmido cheiro paira no ar.

Toca o telefone e aparece aquele nome... aquele nome que te faz esquecer em que direcção ias, o que ias fazer e porque o ias fazer...

Atendo? O que digo?

- Estou, quem fala...? - dada a eternidade desde a última vez que ouvira a sua voz foi o que quis dizer-lhe...

- Sou eu...

- Eu quem...? Insisto na mensagem

- Já não me conheces...? Que pena... então adeus

Pronto, tão fácil que é desarmar-me... - espera... olá

Esta mulher mexe comigo... e sabe-o, pensei

-Liguei-te porque te queria convidar para almoçar...

De repente o meu peito dispara... maldito almoço de empresa! Porque raio tinha que ser hoje...

- Pena...

- Espera... onde?

- Podes vir ter comigo agora?

- Estou a caminho...

A cidade quando é atravessada desta forma parece um deserto de betão, os sons aparecem ao longe, os passos parecem um bater de asas até chegar á sua porta...

Ela recebe-me á porta... já lhe sinto o cheiro, o sabor dos seus lábios sem nunca lhos ter tocado... nunca vi um sorriso assim - um Universo inteiro em forma de pele vermelha, um olhar meigo e ao mesmo tempo de puro arsénico... um veneno enebriante e viciante, em que sei que não posso mergulhar de uma só vez, pois fazê-lo implica uma morte para a vontade própria.

Esta mulher mexe comigo, e sabe-o.

Diz-me para entrar sem dizer uma palavra...

Toco-lhe o rosto enquanto lhe beijo a face... tento disfarçar para que não oiça os cavalos selvagens que trago no peito... num galope desenfreado em sua direcção... ela olha para o chão, a sorrir... com o braço atrás das minhas costas fecha a porta, os corpos aproximam-se por razão de ser assim... desta vez não vou fazer o que manda a razão... a porta ao fechar atrás de mim dissipa-me o medo de mergulhar nela... levanto-lhe o olhar para o fixar no meu, aquele corredor apertado faz o resto... sinto o corpo dela colado no meu numa fracção de segundo, seguro-a pela cintura e colo-a de facto, ela sorri, os seus olhos dizem-me que sim...

Encosto o rosto ao dela, inalo a essência de mulher... aquela essência que mexe comigo. Acaricio-lhe a pele, sinto-lhe a cintura com a outra mão, aperto-a contra mim, saboreio-lhe o pescoço, encosto os lábios ao ouvido para lhe dizer em silêncio que é o alvo de todo o meu desejo... que não aguento mais um só dia sem a ter, sem lhe sentir os lábios e o calor da sua lingua... ela deixa escapar um tremor de corpo enquanto lhe percorro as costas com a minha mão, colando-lhe o peito ao meu... olho-a nos olhos agora e sonho em tomar-lhe os lábios quando lhe digo...

- Não posso ir almoçar contigo...

E desligamos o telefone.

Não foi, mas podia ter sido assim...

quinta-feira, 6 de dezembro de 2007


Ocasos a mais no
Lugar de auroras
Hoje não é o ontem nem tão pouco o
Amanhã
Mas dizemos a quem nos
Ouve, sempe que estamos em
Silêncio

Eu sei quem sou
Mas não sei o que quero

Vociferamos inteiros
Odes internas
Luxuosas mentiras
Turtosos caminhos que não vemos hoje
Amanhã talvez

Enfim, é nossa condição

Não seria quem sou
Ainda que não saiba o que isso é
Ontem ou amanhã, não interessa

Quimeras procuramos
Umas atrás das outras
Enredos complicados
Rupturas com o passado
Enfim,
Mentimo-nos
Ou talvez não, talvez
Só queiramos não ficar sóbrios

Viver a fingir
Entre ontens e amanhãs
Recusando crescer

Sonhar só a dormir
Enfim,
Refinamos desta forma a
Arte de achar que vivemos

Mas ás vezes,
Entre o sonho e a realidade
Daqueles enganadores momentos
Oníricos que sejam

Damo-nos conta
Enfim,

Soberbos momentos
Onde despertamos do turpor
Rasgamos mentiras
Rompemos barreiras
Iniciamos enfim o
Regresso a nós

domingo, 2 de dezembro de 2007

Pensar é estar doente dos olhos...

O seu a seu dono: Foto de Palinchak Mikhail

Miller: ...olha quem está aqui, não dizias nada?

Eu: Boas Miller... estava só... olha... sei lá... estava para aqui a fumar um cigarrito e a pensar...

Miller: mmm... pensar... em quê? Já lá dizia o vosso Caeiro, "Pensar é estar doente dos olhos"

Eu: Talvez tenhas razão... se um gajo se põe a pensar muito nisto ainda se mete onde não deve...

Miller: ui... espera... anda aí sumo... conta lá pá, que passa hombre?


Eu: (puxando o fumo do cigarro com fé)... eh pá... anda aí uma especimen a dar-me cabo do miolo, acho...

Miller: a dar-te cabo do miolo? como assim? explica-te...

Eu: sabes... há mulheres que tu encontras uma ou duas vezes na vida e dizes para ti mesmo... "com esta tenho que ter cuidados redobrados..." conheces a sensação?

Miller: ...não posso dizer que não...

Eu: pois... aquele tipo de mulher que se senta á tua frente e que num milésimo de segundo, no decorrer de uma simples conversa... apenas com um olhar, assim daqueles pseudo-inocentes... te arranca do lugar e te faz dar trinta mil voltas sobre ti mesmo? Em que numa fracção de segundo te vês a falar numa lingua desaparecida a tentar desesperadamente fazer algum sentido sem teres puto de ideia do que é que estavas a falar ainda no instante anterior...

Miller: sei...

Eu: ...instantes que duram eternidades, que não queres que acabem... em que fazes tudo para manter aqueles olhos dentro dos teus, mas que sabes, sentes, tens a certeza aliás... de que te encontras na beira de um abismo, de um saboroso abismo...

Miller: ...pois... e normalmente é daqueles que quando cais até nem dói nada...

Eu: sim, mas que quando te levantas depois do torpor... sentes que os movimentos são dolorosos, não são teus, não os comandas...

Miller: ...o desejo do salto...

Eu: ...daqueles em que tu já sabes o que vai acontecer. Sabes que vais saltar, em que a luta até nem existe, aquela luta de verdade, aquela em que de facto sentes que estás entre duas escolhas... naqueles casos em que dizes para ti mesmo que estás dividido apenas para auto-justificar a cobardia de não saltares de imediato...

Miller: ...numa palavra... estás tramado!

Eu: pois... o problema é esse. Acho que até nem estou... terei secado Miller?

Miller: Secaste?

Eu: ...não sei... vou fumar outro cigarro e continuar doente dos olhos, acompanhas-me?

Miller: tens lume?

quarta-feira, 21 de novembro de 2007

Vital andar nú

Eu: Boas... estás por aí Miller?

Miller: Estou... estou... aqui mais ao fundo, tens que descer mais um pouco.

Eu: ...onde? Bolas... tens que pedir ao chifrudo umas luzes aqui para baixo... arre que não se vê um palmo à frente do nariz, um gajo ainda se aleija sem querer.

Miller: Luz?... haveria de ser bonito, Luz no purgatório... isso é coisa que não há nem pode haver FC... tu deverias saber isso. Cá em baixo quem quer Luz tem que a trazer consigo, não podes esperar que ta dêem... não se dá nada a ninguém, antes pelo contrário... por aqui tudo se tira a quem cá vem.

Eu: ...sim, eu sei... é uma força de expressão. Bem sei que quem aqui vem, vem por sua conta e risco.

Miller: Sim, normalmente são só viagens de ida... considera-te um priviligiado por teres bilhete de retorno, não sei como o fazes... mas de facto este teu pedido tem que se lhe diga... eu consigo ver-te bem, um pouco desfocado pela temperatura, mas ainda assim consigo ver-te... e tu? Vejo-te com um olhar distante e às apalpadelas... porquê?

Eu: É verdade, aqui em baixo e desde a última vez que cá vim que assim é... percebo mal os contornos do que me rodeia, mas ainda assim algo me seduz aqui, é mais forte que o medo do desconhcido, talvez por saber que cá estás e que se chamar por ti, logo te apressas a responder...

Miller: Respondo-te... sim, porque outra coisa não poderia fazer, as tuas visitas são para mim importantes, tenho-as como vitais para a minha sanidade mental.

Eu: Vitais... ?

Miller: ...sim, vitais. São estas tuas visitas que me ajudam a arrumar ideias, a tornar coerente o meu discurso comigo mesmo, sabes... passo muito tempo sozinho com os meus pensamentos e preciso de quando em vez de os verbalizar, de os tornar matéria, de lhes dar sentido, portanto.

Eu: Percebo-te, aliás comigo passa-se mais ou menos o mesmo, sinto que aqui posso ser eu mesmo, sem travão, sem capas nem máscaras...

Miller: ...se as trouxesses, às capas e máscaras, quero eu dizer... não entrarias, porque não sei se reparas, mas aqui em baixo andas sempre despido.

Eu: ...é verdade... aquilo que poderia ser constrangedor, o andarmos nús de nós mesmos, torna-se aqui um modo de estar, uma vivência fundamental.

Miller: Vital, então...

Eu: Sim Miller, vital.

domingo, 18 de novembro de 2007

A preparar o regresso


porque um regresso à blogosfera deve ser marcante...
não sei...
talvez sim, ou não
o que sei...
é que já me fazia falta
este espaço
este vácuo
este silêncio
este átrio de estórias contadas
este levantar de véu

sexta-feira, 17 de agosto de 2007

Arrabida... desafiado pela Nanny


- Peter!! Wake up!! – Yelled Margaret from down bellow – Can you get out of bed? You lazy bastard…
- One of these days… one of these days… - said Peter to himself while hiding his head underneath the pillow
- Give me a break Marge…! My head is exploding…! - whispered Peter hoping that in some way she would listen to this pleading and just gave him another half an hour…
- PETEEEEEEEEEEEEER!!!! – The woman just blazed his name as loud as she could

- Fuck this!! – Said Peter kicking the sheets away… He just sat on the edge of the bed and yelled – I’m coming!!
- You better!! I need your help ASAP!!! I can’t tune the fuckin TV!! I have to see Ophra’s show today!! Damn this Portuguese channels!!!! – Moaned Margaret

As Peter sat on his bed he started to remember the purpose of this trip… It was supposed to be a second chance trip for him and Marge… they’ve been married for 9 years and had two kids (well the youngest one wasn’t biologically speaking his son – but he loved him as if he were). He made his mistakes in the past, so did she… they thought they were now a more mature couple who just needed some time of their own to restart their lives.

Margaret was the one who had the idea. Five days ago when he was coming home from work, Margaret was with her mother in the living room explaining to her how to operate the TV, the answering machine, the works! Peter was informed – We’re leaving town for 15 days and I called my mother to stay here and watch over the kids for us! - Peter dropped his pc in the floor and turned ghostly white… - wh..wha…whaat?!... What are you talking about???

- Peter… this was a surprise!! I’ve talked to your boss, we’re leaving tonight! We have a plane to catch to Portugal! – Said Margaret while embracing Peter with a warm smile and while she was running her hands down his back and got to his ass she grabbed him and whispered to his ear… - we’ll have 15 days to ourselves… I love you so much… - Peter didn’t know what to think… at one hand he knew that this idea was great and could mean a wonderful turnaround in their lives, but in the other hand… he just hated not be in charge, not to be the one controlling things, just the idea of it made him crazy – but the arrangements, we have to take care of a lot of things first… - said Peter

- What things??.. It’s all taken care off, don’t worry a thing – said Margaret – Peter just felt a cold sweat down his spine…


This was five days ago… they’ve arrived to Arrabida last Saturday. They were just thrilled with the idea… they felt like two young lovers. When they got to the plane and sat down she gave him a look… a look like she used to give him when they started dating… as soon as the plane took of and the lights dimmed she grabbed his thigh and started pulling her hand upwards… and as soon as she got to the lump between his legs she pressed… again and again… he was getting crazy with her hand… she knew that… so she just opened his flyer and unleashed his stiff cock… she stroked him gently… so gently and yet so firmly… slowly… slowly… just the way he likes it… then she bended over him pretending to be preparing herself to sleep in his lap… so that no one would notice what she was doing… It was so nice.

- But now she’s downstairs yelling… Again!! – Said Peter to him self… - it only took 5 days!! I’m so sick of it… I have to get out! – As he was saying these words he stood at the window and had a glance of the beach…

Peter didn’t waste another second, he put on his bathing shorts and just went out the window… he felt so great! Sneaking out the window like a teenager escaping his parents…

- What a beautiful sunny day – he said to himself as he was strolling near the water way far from the crowded portion of the beach – I just should get out!! – He said to himself relating to his marriage… - it would be the best thing for me, for Marge and the kids also… we just spend too much time yelling at each other… I’m so fucking tired…

Lost in his thoughts he didn’t noticed a woman in a black bikini getting out of the water and lying in the sand… he was getting closer and closer… as he passed her something caught his eye and unfocused him from his thoughts… the woman he just passed… looks like someone he knew once… he took a quick glance at her in a way that she wouldn’t notice… she didn’t, she was with her eyes closed, one leg pulled up and with her arms away from her body… she looked like she didn’t had a worry in her life… she was so peacefully beautiful lying there… all alone, just her and the sand, that wet body at the sun… Peter looked around, looked for her husband or someone who could be with her… no one was there… that portion of the beach was isolated… no one there, they were alone, completely alone… he noticed her stuff a few yards away, only a towel and a pair of slippers – she was defiantly alone… - but she looks like… like… Marge! – said Peter to himself… but not nowadays Marge, the long hair, the hips… it looked like Marge in the old days… at least it as what he thought at a firs glimpse… but as he turned around and double checked that she hadn’t noticed him, he took a much better look this time… the hair as curled (not like Marge), her breast was what we could call “handfullfilling” (not like Marge), her nipples were there… (not like Marge), she as tanned (not like Marge)…

He got closer… he just couldn’t think… as he was getting closer he had a glimpse of his life and asked himself… what the fuck are you doing??... think about Marge… your kids…

­I don’t want to think! I need to have her… I want this woman… I need to feel alive again, I owe this to myself – He sat next to her… for a while he played with the shadows… he lift his hand and used the shadow to touch her body… she smiled with her eyes still closed… she wet her lips with her tongue as the shadow of his finger touched them… he couldn’t believe it… he was falling in love with a perfect stranger…

terça-feira, 17 de julho de 2007

À conversa com Miller e uma Gaja Podres de Boa VI









(continuação do diálogo V)






gaja: ei ei malta!! Vamos lá com calma! Se a fome é assim tanta trata-se já de alugar um quarto pa vocês....heheheheh.





Marrie: (segurando Miller pelos cabelos, aperta-o c/força ao seu seio e c/um olhar desafiador, diz aos outros dois) Pensei q aqui no purgatório e em especial neste café os desejos não precisassem de controle! O que você acha Miller? (e, descruzando a perna p/q o mesmo lhe deslizasse a mão por entre sua coxa, continua)





Miller: Não poderia estar mais de acordo... (continuando na sua investida...)









EU: bom... bem vistas as coisas... de facto nada aqui tem que ser controlado... ímpetos e acções misturam-se ao sabor do momento






Gaja: Vamos lá a a tirar a boquinha daí que leite e vinho pode cair mal...lol







Marrie: Como vocês acham que cheguei até aqui? Vocês me chamaram.... (Então, levanta-se... dirige-se a FC... e escanchando-se em seu colo, de frente pra ele, pergunta-lhe:) Um gole? (leva à boca sua taça e em seguida beija-lhe vorazmente enquanto o vinho a deslizar entre os lábios, molha todo seu colo).






EU: oh que porra!... camisa acabada de por de lavado...





Miller: (levanta-se entretanto e pega nos cabelos de Marrie puxando-a levemente e deita-a em cima da mesa... rasgando-lhe a camisa expondo-lhe os seios... diz) esta é a visão que temos de nós mesmos... assim espelhado e ao contrário... é o nosso outro eu




EU: Que vês Miller (abrindo a camisa)




Miller: Que vejo?... vejo o meu alter ego, o meu desejo em forma de mulher inversa... e tu que vês?




EU: Uma mulher... apenas uma mulher





Miller: (Rindo ruidosamente) se apenas vês uma mulher e não te revês nela de forma inversa é porque o desejo de carne e espírito não invadiu o teu ser... não te entrou ainda nas entranhas e te rasgou tecido interno... convocando todo o teu eu, o que conheces e o que não conheces...





EU: talvez tenhas razão... talvez o que conheco sejam apenas versões não invertidas mas somente espelhadas... procuro o que não vi ainda mim... talvez seja isso... (e virando-se para a Gaja, até porque entretanto os outros dois já estavam como se eles nem ali estivessem, disse:) e tu gaja? que te parece do que disse o Miller?



(to be continued)







sexta-feira, 13 de julho de 2007

À conversa com Miller IV


Miller: FC... psst... chega aqui




EU: boas Miller... que se passa?




Miller: é pá... ricos momentos que temos passado com a Gaja e a Marrie lá no café da rua de cima hã?...




EU: nem digas nada.... eh eh eh




Miller: que saudade FC... que saudade...




EU: acredito pá... bateste a bota vai para quê? 17 anos... não foi?




Miller: ... é verdade...




EU: pois... faz tempo pá... e para quem vivia a sexualidade como tu...




Miller: É indubitável que o sexo faz parte da vida... e o engraçado é que cada um de nós vive-o de forma distinta!




EU: sim... e tu viveste-o de forma intensa! Digo isto pelo que deixaste escrito...




Miller: Sim... mas como sabes muita gente não me recebeu bem... ou seja, até que ponto pode a verdade da vida, naquilo que se relaciona com o comportamento sexual, ser utilizado na literatura?




EU: Quanto a mim... simplesmente pode! O acto de escrita artística tudo pode... é acto criativo e como tal tudo pode




Miller: muitas alturas houve em que tive dúvidas sabes...




EU: como assim? se deverias ou não escrever sobre sexo?




Miller: mais ou menos... o que quero dizer é o seguinte: o problema talvez não seja se o sexo pode ser ou não utilizado em literatura, mas antes na maneira como ele é apresentado




EU: Sim... eu até costumo usar uma expressão que não sei a quem pertence mas que diz algo como: "não é tanto o que dizes mas como o dizes que é importante"...




Miller: nem mais... o que nos leva de imediato a outra questão: A maneira certa será a do moralista, a do censor, a do polícia? Ou ainda o Estado, por intermédio dos seus legisladores, o árbitro em última instância sobre o que está certo e errado, o que é bom ou mau em matéria de arte?




EU: Impedimentos castrantes existem vários... mas quanto a mim, e nos dias que correm, o que mais me envergonha é o falso moralismo... a classificação de "má" arte a que está relacionada com sexo




Miller: Sabes qual era o argumento que os doutos guardiões morais usavam comigo?.... eles diziam que o acesso a literatura proibida como a minha foi, pode levar as pessoas a comportatem-se como animais...! Mas pensar assim é insultar o reino animal. E transformar a paixão, o maior atributo do homem, numa caricatura...




EU: Concordo plenamente contigo... a paixão é de facto o que nos move... e haverá motor de paixão mais forte do que a sexualidade?... de igual força posso ver vários, mas de força maior não encontro.




Miller: É esta consciência da nossa natureza múltipla que nos faz seres tão completos, tão... humanos




Eu: Sentir a Vida dentro de nós... a pulsar, a vibrar... é de facto indiscritivel!




Miller: Sabes que tenho notado que entre os autores "obscenos" o que os caracteriza e aproxima é precisamente o facto de serem homens que amam a verdade, a mais pura verdade...


EU: por isso mesmo é tão exasperante quando temos falsos moralistas a denegrir quem escreve sobre sexo, escrever sobre sexo é escrever sobre e com paixão!


Miller: O autor "obsceno" serve-se da sua condenável linguagem "licensiosa" para revelar a perversidade do nosso comportamento... as suas verdades chocam porque a verdade anda sempre nua...


EU: porra... odeio essa hipocrisia de merda! Sabes que quando digo a conhecidos que escrevo sobre estas nossas conversas e coisas afins... perguntam-me: "e não tens receio? não tens medo que saibam que és tu?"... dasss! Medo? do quê!!??


Miller: A falsidade e a hipocrisia são uma provocação para os homens honestos, levando-os a usar uma linguagem explosiva, chocante mesmo. Mas aqueles para quem a verdade é bemvinda e que acreditam na vida, não encontram nessa linguagem nada de repugnante.


EU: É um absurdo... erotismo sempre existiu, sempre esteve presente na arte... desde a literatura, à escultura, etc


Miller: sim, mas sabias que a chamada literatura obscena é a forma literaria mais resistente?


EU: A sério? como assim?


Miller: Sim... não há duvidas sobre isto, ela existe desde os tempos mais remotos e persiste, sem proteccionismos, sem fazer alaridos... Só uma outra categoria literária é presuvimente tão duradoura como ela: a ocultista...


EU: olha... nunca tinha pensado nisso


Miller: e no entanto a hipocrisia é tal que para se escrever sobre sexo... é um suplicio! A não ser que seja um médico a descrever funções reprodutras, ou um psicólogo a descrever psicopatias sexuais, ou um antropólogo sobre costumes sexuais dos povos primitivos...


EU: é isso mesmo... nunca tinha visto a coisa dessa forma... falar de paixão com paixão é imoral! arre que ignorância... e o pior é quem muitas destas bocas moralistas até nem são ignorantes, pois a esses perdoamos... o que é imperdoável é a recorrência no erro... isso já revela estupidez atávica!


Miller: o escritor que gostaria de descrever completa e livremente a vida à sua volta, está proibido de falar...


EU: sim... amordaçado por impedimentos moralmente falsos...


Miller: no entanto ele é o único que é verdadeiramente imparcial, de espírito livre, que vê a vida na sua totalidade e pode, por isso ser honesto, autêntico, alegre e em última análise... terapêutico.


EU: é libertador de facto...


Miller: Ah, a palavra "Moral"! Sempre que aparece, penso nos crimes que foram cometidos em seu nome... e envergonho-me...


EU: Faria tão bem a tanta gente ler-te Miller... tão bem... como tu já disses-te uma vez... esses "seres emocionalmente aleijados"!


Miller: Se eu tivesse a certeza de me estar a dirigir a homens que crêem no poder da verdade, diria: "Ponham à prova a minha obra! Permitam que seja lida abertamente, livremente, em toda a parte, por todas as categorias de homens e mulheres. Permitam que sejam eles os meus juízes!"


EU: farei a minha parte Miller...

terça-feira, 10 de julho de 2007

À conversa com Miller e uma Gaja Podres de Boa V




Gaja: Fodaaaa-se!!!! Não me digas que é a gaja da história!!(assumindo logo de seguida um ar espantado quando se apercebeu que eles confirmavam....)




Miller: ... Marrie... (agarrando-a pela cintura enquanto ela se sentava no seu colo e lhe tira o cigarro sugando-o avidamente)




Gaja: Dassse....que o mundo é mesmo pequeno, então o purgatório...




Marrie: Pois é Gaja, mundo pequeno esse!




EU: Que bela surpresa Miller... mas olhando para foto anterior... não terá perto de 50 anos a mais? (comparando-a agora com a bela mulher ali à sua frente)




Gaja: Diga-me o que vai beber...e entretanto conte lá essas aventuras da nossa "máquina sexual" por nome de Miller... ahahahahaahhahha (cruza as pernas e dá um gole na sua bejeca já a precisar de ser reabastecida....)




EU: (ao perceber que a Gaja estava sedenta... faço menção de levantar a mão para pedir mais uma mini fresquinha)




Gaja: Tenho sede, esta conversa está a dar-me sede....aguardo ansiosamente as revelações!!!
Marrie: Pois é Gaja, mundo pequeno esse! Primeiro queria dizer ao FC q não nasci psicóloga! Tenho outras qualificações também. Portanto......rs




EU: Estou a ver que sim....




Marrie: Será q posso pedir um vinho? As “conversas” sempre são melhores qdo “regadas” a um bom vinho. Não é mesmo, Miller? (abrindo um botão de sua blusa, diz) Já tinham me dito q aqui no purgatório as coisas pegavam fogo mas não sabia q assim tão rápido! Já estou me sentindo quente...




EU: (virando-me para o empregado) Duas minis bem frescas e uma garrafa de Chateau Margaux para os pombinhos...




Miller: Por falar em vinho... ocorre-me agora uma frase que li de Goethe... "Uma jovem e um copo de vinho curam qualquer necessidade; quem não bebe e não beija está pior que morto."




EU: (erguendo a minha mini acabada de chegar) proponho um brinde! A ti Gaja que me alegras o canto... a ti Miller que adoças o espirito e a ti Marrie... que acabo de conhecer!




Miller: (de copo alto) um brinde à carne caros amigos...




EU: (enquanto trocava mini com mini com a Gaja) hã gaja... quem diria... olha para estes dois...




E é neste instante que Miller troca um olhar secreto com Marrie e... sem mais põe-lhe a mão dentro da blusa, expondo o seu belo e firme seio nú... segurando-o carinhosamente por baixo, levantando-o ligeiramente... abocanha-o de forma sôfrega...




EU: (quase cuspindo metade da cerveja fora...) ...!




Gaja: ei ei malta!! Vamos lá com calma! Se a fome é assim tanta trata-se já de alugar um quarto pa vocês....heheheheh.
Miller: (ficando-se agora apenas pelo mamilo erecto de Marrie o olhando de soslaio para mim e para a Gaja) ...hummmffff...
Gaja: Vamos lá a a tirar a boquinha daí que leite e vinho pode cair mal...lol
Acompanha: I, II, III, IV, V

segunda-feira, 9 de julho de 2007

Domínios de Mercúrio



Os domínios de Mercúrio estendem-se a Coimbra,

numa esplanada beira-rio


Antecipo o meu regresso

às colunas de Hércules

com um banho do Astro-Rei...


Passa a vigésima hora do dia

e ele ali está ao alto

alimentando a alma

de quem nele repara...


Sopram ventos

que tentam arrefecer o espírito


EM VÃO!


lhe grito em mente...

pois que o sonho e eu nos intermutamos

e ele, o vento,

sopra agora mais tímido...


molho os lábios num vermelho líquido

e penso em ti...


Em quem?

...não sei


Não tens rosto,

mas é em ti...

definitivamente.


Aqueço o meu desejo

como aquele aquece o meu espírito mercuriano...

olho o lugar vazio cheio de ti à minha frente

e vejo-me em ti

segurando a tua mão

e desenhando o teu sorriso

com os meus olhos cerrados...


O contorno dos teus ombros nus,

o volume dos teus lábios transformam-se...

quando sorris,

em meu sonho real.


Os teus dedos tocam-se com os meus

e subo pelo teu braço...

iniciando o percurso de ti...


Entretanto


"Senhor... a sua Lasanha"


domingo, 8 de julho de 2007

Um desafio


Desafiado além mar pela Marrie...

Bem... lá terá que ser ;)


1.Indica dois sítios insólitos onde já mandaste uma queca, caso não tenhas tido essa ousadia, diz dois sítios onde gostarias de mandar:

Numa piscina de motel (lembras-te S?) noite escura de lua nova... piscina iluminada... bastava alguém ter chegado à janela... foi mágico

O outro... por ser insólito - autocarro


2.Três palavras ordinárias que utilizes frequentemente (antes, durante ou depois) do acto sexual.

Não uso palavras "ordinárias" só mesmo "extra-ordinárias"


3. Quantas vezes tens sessões de sexo individual por semana?


Não há médias... pelo que podem ser 10 ou 0... ;)


4. Qual a posição que mais gostas durante o sexo

As preferidas da parceira...


5. Diz duas fantasias sexuais que já realizaste e duas que gostarias de realizar.

Já: Estar com duas pessoas muito chegadas entre si (e mais não posso dizer...)

Ainda: Ritual de Beltrane (à séria) e Acordar num quarto/casa/cidade com alguém ao lado sem saber como lá fui parar e de seguida...


6. Qual a maior mentira que já contaste para obter sexo?


Foram tantas (mentirinhas inocentes) que lhe perdi a conta


7. Qual a maior mentira que já contaste para não ter sexo?

Hã?


8. Depois de te fazerem o “oral” (broche ou minete), deixas que te beijem na boca ou tens nojo?

Hã? Nojo de quê?


9. O que é que te “corta MESMO a tusa” durante o acto?

Não sei ainda... mas como o sexo está na cabeça... uma conversa acéfala pode matar


Os desafiados:

Babe Certificada
Casal Nómada
Insanidade
Alice
Sexo sem Nexo

quarta-feira, 4 de julho de 2007

À conversa com uma Gaja Podres de Boa V


MARRIE: Olá... posso entrar?



EU: mmm... (digo eu apreciando a "intrusa" de alto a baixo)



MARRIE: é que eu ia passando quando ouvi meu nome. Eu me chamo Marrie.



Miller: (piscando-me o olho)... FC... haverá mais cadeiras lá dentro?




MARRIE: É que soube também que vocês precisavam de uma ajudante aqui no purgatório. E, como estou há tempos desempregada, sou psicóloga, e tá dificil voltar a ativa por aqui onde estou morando, vim me oferecer p/o cargo.



Miller: Psicóloga??? Nós precisarmos de psicóloga?? de onde tirou essa ideia?



MARRIE: Percebo que não há mais cadeiras por aqui (e olhando para o Miller e FC, pergunta) – alguém poderia me indicar um lugar p/sentar? (um leve sorriso se forma no canto de sua boca)



Miller: Acende mais um cigarro...



FC: Bom... não existem mais cadeiras, mas... há um lugar ao colo...



MARRIE: Espera (rindo nervosamente) acho que você está confundindo os meus papéis. Eu, não sei se devo... Sou uma mulher boa casada, quer dizer, uma boa mulher casada (soltando uma gargalhada)



Miller: (não aguentando mais, corta a conversa. ELE, sim..... sabia de quem se tratava aquela “Marrie”) Marrie... senta-te aqui ao meu colo, vamos abrir o jogo?



EU: jogo?... qual jogo?... vocês conhecem-se? (perguntei surpreendido, cruzando o olhar com a Gaja Boa)



Acompanha: I, II, III, IV

Dedicatória Insana V



o controle que revelavas... a segurança no domínio do teu corpo, sabias que a visão que me davas de ti me enlouquecia... e por isso arqueavas as costas, deixando cair os cabelos para trás... tocando com eles nas tuas nádegas... duras, firmes.




cada vez que subias, lentamente, revelando-me a mim a mim mesmo... embebedavas-me com o movimento, o cheiro, o calor, o toque, o suor, a tua humidade deslizando em mim... segurando-me no extremo, sem me deixares sair de ti




E assim ficámos até entorpecer os sentidos, em pausas doces para me segurar em ti, para que o momento se prolongasse sem fim




sentir os contornos do teu interior envolvendo-me assim...




abraço-te agora, preciso do calor do teu corpo... enquanto me levanto, dentro de ti, saboreio-te a pele enquanto te imagino...




coloco a boca perto do teu ouvido e sussurro: "ouves-me?"




e tu não falas...




sábado, 30 de junho de 2007

Dedicatória Insana IV


Sentada em mim arqueavas o corpo enconstando a cabeça à parede, a violência com que me esporavas as costas sabia-me bem... dava-me leituras de ti... compreendia-te....
larguei-te... assim de repente caíste desamparada entre mim e aquela parede... sem que pudesses abrir os olhos virei-te de costas... agarrei-te nas mãos, entrelançando os dedos nos teus...
peguei-te no cabelo com uma das mãos... o suor colava-os a mim, puxei-te... colando-me a ti, para te segredar ao ouvido...: "vou entrar em ti..."
tentaste virar-te... não deixei... agarrei-te nas ancas... levantei-te os quadris... enlacei-te a cintura enquanto te beijava o ombro... puxaste o cabelo para o lado, revelando-me o teu rosto, a tua pele do pescoço... subi por ti... beijando-te aos poucos, devagar... lentamente... procurei o lóbulo da tua orelha, prendi-o entre os lábios por um instante... enquanto sentia o calor de ti...
arqueei o meu corpo para trás... segurei-te as ancas e de uma vez só entrei em ti...
esperavas-me... percebi...
rompi barreiras... entrava em ti cada vez mais fundo, o meu corpo ia conhecendo o teu... o teu ia sugando o meu... encaixávamos na perfeição... afastaste mais as pernas para que chegasse ao mais íntimo de ti...
cravei as minhas mãos nas tuas nádegas..., subi as tuas costas sem fim, empurrando-te enquanto tu me procuravas num jogo de força...
segurei-te nos ombros... fiz-te a vontade... em cada estocada puxava-te para mim, a cada investida batia mais fundo dentro de ti
em pouco tempo escorria suor na linha das tuas costas... useio-o, sorvi-o, abracei-te e voltei os nossos corpos... agora era eu... encostado à parede, não saira de ti... agachei-me no chão sentado nos calcanhares... usei as minhas coxas para afastar as tuas, erguida do chão a escassos centímetros, sentada e de costas para mim....
querias subir e descer por mim... puseste as mãos nos meus joelhos, levantaste a cabeça e estabeleceste o ritmo... lento e seguro até ao limite sem sair de ti...
(continua)

sexta-feira, 29 de junho de 2007

À conversa com Miller e uma Gaja Podres de Boa IV



Eu: mas conta lá Miller... como foi com a Marie?



Miller: ...mmm... é como te digo... não devemos apreciar um livro pela capa... eh eh eh (tirando uma foto da Marie Antoinette da carteira e pondo-a em cima da mesa ao lado dos mexilhões)



EU: (olhando para a foto)...é ela? chiça Miller ...!!!



Miller: ...pois, eu sei o que estás a pensar... aliás, foi isso mesmo que pensei na altura, mas é como te digo... o olhar dela... entre os escombros, entre as chamas, entre toda aquela miséria humana...



EU: mas... conta, anda lá... agora deixaste-me curioso...



Miller: bom... a Marie... dei-lhe lume, como me pediu... e ela acendeu o cigarro com toda a calma do mundo... nunca tirando os olhos dos meus... a forma como o sorveu, como o saboreou... nunca vira ninguém tirar tanto prazer de uma primeira passa... lentamente levantou a cabeça... fechou os olhos e deitou o fumo fora... tão lentamente... que fez parar o tempo...



EU: (olhando para a Gaja enquanto esta investigava um mexilhão)... estás a ouvir isto Gaja?



Gaja: Tás a brincar??? Claro que tou a ouvir....tou a devorar...


EU: A devorar...? será do mexilhão?... ah ah ah... mais uma mini Gaja...? Até porque isto está a aquecer...


Gaja: Siga Miller!! Não percas o momento...conta. E entretanto a música melhorou neste tasco....mesmo a combinar com a história! Depois também podemos falar da influência da música no jogo da sedução!! Mas pra já...siga que quero saber o resto!!!


Acompanha: I, II, III