sábado, 30 de junho de 2007

Dedicatória Insana IV


Sentada em mim arqueavas o corpo enconstando a cabeça à parede, a violência com que me esporavas as costas sabia-me bem... dava-me leituras de ti... compreendia-te....
larguei-te... assim de repente caíste desamparada entre mim e aquela parede... sem que pudesses abrir os olhos virei-te de costas... agarrei-te nas mãos, entrelançando os dedos nos teus...
peguei-te no cabelo com uma das mãos... o suor colava-os a mim, puxei-te... colando-me a ti, para te segredar ao ouvido...: "vou entrar em ti..."
tentaste virar-te... não deixei... agarrei-te nas ancas... levantei-te os quadris... enlacei-te a cintura enquanto te beijava o ombro... puxaste o cabelo para o lado, revelando-me o teu rosto, a tua pele do pescoço... subi por ti... beijando-te aos poucos, devagar... lentamente... procurei o lóbulo da tua orelha, prendi-o entre os lábios por um instante... enquanto sentia o calor de ti...
arqueei o meu corpo para trás... segurei-te as ancas e de uma vez só entrei em ti...
esperavas-me... percebi...
rompi barreiras... entrava em ti cada vez mais fundo, o meu corpo ia conhecendo o teu... o teu ia sugando o meu... encaixávamos na perfeição... afastaste mais as pernas para que chegasse ao mais íntimo de ti...
cravei as minhas mãos nas tuas nádegas..., subi as tuas costas sem fim, empurrando-te enquanto tu me procuravas num jogo de força...
segurei-te nos ombros... fiz-te a vontade... em cada estocada puxava-te para mim, a cada investida batia mais fundo dentro de ti
em pouco tempo escorria suor na linha das tuas costas... useio-o, sorvi-o, abracei-te e voltei os nossos corpos... agora era eu... encostado à parede, não saira de ti... agachei-me no chão sentado nos calcanhares... usei as minhas coxas para afastar as tuas, erguida do chão a escassos centímetros, sentada e de costas para mim....
querias subir e descer por mim... puseste as mãos nos meus joelhos, levantaste a cabeça e estabeleceste o ritmo... lento e seguro até ao limite sem sair de ti...
(continua)

sexta-feira, 29 de junho de 2007

À conversa com Miller e uma Gaja Podres de Boa IV



Eu: mas conta lá Miller... como foi com a Marie?



Miller: ...mmm... é como te digo... não devemos apreciar um livro pela capa... eh eh eh (tirando uma foto da Marie Antoinette da carteira e pondo-a em cima da mesa ao lado dos mexilhões)



EU: (olhando para a foto)...é ela? chiça Miller ...!!!



Miller: ...pois, eu sei o que estás a pensar... aliás, foi isso mesmo que pensei na altura, mas é como te digo... o olhar dela... entre os escombros, entre as chamas, entre toda aquela miséria humana...



EU: mas... conta, anda lá... agora deixaste-me curioso...



Miller: bom... a Marie... dei-lhe lume, como me pediu... e ela acendeu o cigarro com toda a calma do mundo... nunca tirando os olhos dos meus... a forma como o sorveu, como o saboreou... nunca vira ninguém tirar tanto prazer de uma primeira passa... lentamente levantou a cabeça... fechou os olhos e deitou o fumo fora... tão lentamente... que fez parar o tempo...



EU: (olhando para a Gaja enquanto esta investigava um mexilhão)... estás a ouvir isto Gaja?



Gaja: Tás a brincar??? Claro que tou a ouvir....tou a devorar...


EU: A devorar...? será do mexilhão?... ah ah ah... mais uma mini Gaja...? Até porque isto está a aquecer...


Gaja: Siga Miller!! Não percas o momento...conta. E entretanto a música melhorou neste tasco....mesmo a combinar com a história! Depois também podemos falar da influência da música no jogo da sedução!! Mas pra já...siga que quero saber o resto!!!


Acompanha: I, II, III






quarta-feira, 27 de junho de 2007

À conversa com Miller e uma Gaja Podres de Boa III



Gaja: antes de mais não concordo! Não comento ninguém por esses motivos! Quando comento é porque algo me chamou à atenção!! Outra mini faxavor!! E quanto às gajas...aprendo o que é bonito de se vêr e o que não é! Há gajas bem boas....e um menáge a trois com outra gaja mais o meu gajo não tá fora de questão!!




EU: E porque será... já te perguntaste...? Porque será que num menáge a trois... a inclusão da terceira parte é sempre feminina...? Eis uma questão interessante... e pertinente




Gaja: E no entanto, penso que só gosto de homens! E porquê o penso??? Porque só depois de se experimentar é que se pode concluir, certo? Vamos fazer um brinde ao sexo! Não fosse ele o centro do Universo e das nossas conversas.....hahahah (descruzando as pernas e aproximando o colo para mais perto da mesa)




EU: (sorrindo maliciosamente ao ver o decote da Gaja Podres de Boa mais perto)... anda lá... não desconverses... aliás... brindemos ao sexo, sem dúvida, pois é disso que falo! (piscando o olho a Miller)




Miller: copo ao alto caros jovens (erguendo a taça de chá vermelho)... venha de lá esse brinde ao SEXO...




EU: e voltando ao tema do qual não saímos... porque será que num menage, homens o mulheres respondem o mesmo?... um terceiro... tudo bem... desde que seja gaja...


Gaja: Não concordo....Conheço montes de gajas que apenas entrariam nesse jogo se o terceiro elemento fosse outro gajo! Oh pa, a mim parece-me mais interessante uma gaja.(esfumaçando e com cara interogativa)


Miller: Mas porquê "mais interessante"?


Gaja: Se calhar é pela novidade....já que nunca desfrutei de outra parreca que não a minha!(cruzando as pernas)


EU: Se calhar é válido para os dois lados... mas aqui entram as diferenças da vivência sexual Vs vivência erotizada...


Gaja: Esta é pós dois: Há parrecas feias?? Que podem tirar a tesão? Ou marcha tudo?


EU: ... bom... eu falo por mim... o que me pode tirar a tesão é o que está á volta da "parreca" (desconhecia o termo... devo estar a ficar velho... chiça)


Miller: ... "parrecas" feias????... bom nos meus tempos tive-as de todos os tipos e feitios... das novas só de penugem... ás gretadas cheias de uso... passando pelas claras... escuras... vermelhas e rosadas... cheirosas e pestilentas... doces e amargas... (suspirando...) ai que saudade...


EU: quanto ao "marcha tudo"... bem... não. Não marcha tudo... se bem que ás vezes descobrimos segredos onde julgavamos ter certezas...


Gaja: Pois meus caros, essa resposta não me satisfez....estão a andar às voltas.


EU: Não te satisfez... eh lá... (roubando mais um cigarro à Gaja Podres de Boa e acendendo-o com o que ela segura na mão)


Gaja: Vamos lá por partes! O Miller disse já ter experimentado tudo! Acredito. Mas nunca houve uma parreca que te tivesse causado asco?? hein???


Miller: Asco...? Claro que sim... aliás... isto lembra-me daquela vez em que...


Gaja: Pois eu, nas brincadeiras na net, vi uma piroca tão...tão....olha tão fodida, que não lhe tocava nem que me caíssem os bicos das mamas....hahahahaha


EU: ... esta conversa deu-me fome... vou pedir uns mexilhões em vinagrete picante e um martini rosso, alguém quer?


Miller: ...eu quero... e tu Gaja?


EU: mas conta Miller... ias a dizer...


Miller: sim... isto lembrou-me de uma vez... em Paris... uma das melhores fodas que recebi na vida... Joyce... nome de palco e Marie Antoinette de berço...


EU: ...uma stripper de Pigalle?


Miller: ...não... nada disso... uma atriz de filmes mudos dos anos vinte... e atenção, que esta situação passou-se já durante a II Grande Guerra...


EU: então ela já não estava no seu prime time...


Miller: caro amigo... enganas-te redondamente.... a casca talvez não... mas o resto... meu caro... ui


EU: olha... os mexilhões


Miller: foi na altura em que havia já recolher obrigatório nas vielas de Paris... os bombardementos eram constantes... esgotos a céu aberto... gente moribunda, fome... uma miséria


EU: porra...


Miller: pois... e numa dessas noites em que deambulava por ali (nunca respeitei muito recolheres obrigatórios...) veio uma velha desdentada ter comigo a pedir-me pão... bom... pão não tinha... mas tinha uns cigarros que mendigara a um desgraçado que estava ás portas da morte ainda não tinha feito 10 minutos... e disse-lhe: bom... o que tenho é um cigarro, serve?


EU: e ela?


Miller: ...ela ergeu os olhos para mim... e... nem sei como vos descrever... a luz trémula das chamas de um prédio em ruínas reflectidas naqueles olhos... deu-me uma tesão tal! como já não tinha há... dias... (parando por uns instantes enquanto molhava um pedaço de pão no molho vinagrete dos mexilhões)


EU: sim... e...


Miller: ...e (chupando os dedos, vagarosamente e um por um) bom... ela aceitou o cigarro e pegando nele sorriu... chegou-os aos lábios sujos de fuligem, gretados por feridas secas e não curadas, e disse : "o cavalheiro tem lume?" - tudo á minha volta parou... de repente só havia ela ali...


Gaja: Querem vêr???!!!! Ai a sacana da velha! Fooooooda-se....devias andar cá com uma fominha.....(Pára por instantes enquanto olha pensativamente para os mexilhões...)


EU: é a Guerra...


Gaja: Já repararam que até a comida está de acordo com o teor da conversa??? Olhem bem pó mexilhão....não parece aquela parte da greta onde estão os lábios??? (rindo e trincando o mexilhão como se de uma parreca se tratasse....)


(continua)








Acompanha aqui: I, II

À conversa com Miller e uma Gaja Podres de Boa II



Gaja: atão gajos??? tá tudo?? (senta-se e olha para as chavena de chá)


EU: tudo optimo... senta-te aqui... (puxo uma cadeira da mesa ao lado)

Gaja: se não se importam, eu vou beber uma bejeca...até porque aqui tá um calor que não se pode....Oh faxavor! Uma bejeca fresquinha e um pires de tremoços! (aproveita os momentos em que é avaliada pelos seus parceiros de "chá" pa sacar de um cigarro....)

Miller: (enquanto tira medidas ao generoso decote da gaja)... boa noite...

Gaja: Atão de que se fala aqui? Sexo, presumo.

Eu: nem mais... entre outras coisas de somenos importância... naturalmente (trocando olhares com Miller depois de também ele pousar os olhos em tais protuberâncias)

Gaja: já vi que tão a olhar para o meu decote.... (nada incomodada continua no seu cigarro) Eu entendo! É daquelas merdas que os gajos não conseguem controlar...

Eu: (piscando o olho a Miller) ...então mais sossegado agora...?

Miller: (sorri e tira um cigarro da gaja... pegando-lhe na mão para acender o dito)

Gaja: Oh Miller, tenho uma pergunta pa ti! Posso tratar-te por tu, certo?...

Miller: Claro que podes... se não o fizesses nem te respondia

Gaja: No outro dia surgiu-me uma questão: gajo que é gajo olha pa decotes, e então e os rabetas também olham?

Miller: (dando uma passa demonstrando-se nada incomodado com a pergunta) ... por "rabetas" queres tu falar em gajo que come e/ou é comido por gajo e tira gozo nisso... calculo... e digo isto porque isso de "rabeta" é um rótulo muito cinzento...

EU: escuta Miller... deixa-te de filosofias e responde lá... também quero ouvir o que tens a dizer

Miller: respondendo directamente sim, claro que sim... o "rabeta" olha para o decote... agora se lhe apetecer por a mão e agarrar numa das mamas para a sugar lambuzadamente é que já não é tão liquido... depende do grau de "rabetice" (dando uma sonora gargalhada)... mas mesmo esses por vezes têm dúvidas... pois o corpo de uma mulher... independentemente das orientções conscientes de quem olha... é sempre alvo de volúpia... é dificil não suscitar tesão

Gaja: oh pa! Rabeta é apenas uma forma de falar, ate porque não sou gaja de criticar ninguém! Esta dúvida surgiu-me quando no outro dia fui ao médico. O fulano era mesmo giro, bom comó milho, capaz de deixar vontade de inventar doenças! Hehehehehe

Miller: a velha teoria... os bichas são todos giros e sensíveis... (mais uma passa)

Gaja: Mas... tinha tudo pa gostar de gajos! Os tiques, a sensibilidade. Não sei mas fiquei a pensar: gostas de gajos...olha azar..." Mas vai que de repente o moçoilo deixa cair os olhos po meu decote...assim tipo vocês....hahahahha E eu: ei lá! Ele descaiu-se pelo menos 3 vezes! Fiquei confusa e até já perguntei a todos os meus colegas...

EU: E eles... Souberam dar resposta?

Gaja: e todos me responderam: "sei lá! não sou rabeta...não sei!"

EU: ah ah ah... resposta tipo de quem não passa muito tempo a olhar para dentro...
Gaja: Vocês gajos, têm cá um stress em "vestir" outras peles...ate parece ficam depilados (sem pila, entenda-se)

Miller: exacto Gaja... era disso que te falava...

EU: esses teus amigos são daqueles "machos" que contigo numa mesa de café te pedem que não comentes um gajo bom que se sentou na mesa ao lado... certo? Algo do tipo... "qual é a tua? queres que te diga se o gajo é bom? sei lá! Não aprecio homens (e tal)...

Miller: ...inseguranças e falta de maturidade... só isso

EU: ...Miller... ah ah ah... é daqueles gajos que numa situação a três fazem de tudo para evitar olhar a piroca do outro... não vá o gajo pensar que estão gulosos... ah ah ah

Miller: ...pois é! ah ah ah

EU: Gaja, diz-me lá... não te soa a falso quando te respondem isso... não fazem aquele ar pseudo-indignado enchedo o peito, chegando a cabeça para trás, franzindo o sobrolho com ar desconfiado e a falar meio de lado... mas com os olhos no chão?

Miller: ...boa... boa... não teria colocado a pergunta de melhor forma... diz lá Gaja?

Gaja: Claro que soa a falso! Até parece que lhes cai a piroca se admitem que poderão apreciar um gajo!

Miller: Vocês... por outro lado já são diferentes... nem que seja só para comparar... mas na verdade fazem-no mais em companhia dos gajos para que possam testá-los... ah ah ah

Gaja: Olha eu bem olho pas gajas e comento....Aprende-se umas merdas porreiras a olhar... e tu fc? que pensas disto?

EU: (agora fui eu que acendi um cigarro)... Gaja... claro! óbvio! que sei apreciar um homem... ou acaso não serei eu homem? Claro que sei ver se o gajo é apelativo ao sexo feminino... estabeleço base comparativa, como é óbvio... mesmo que seja só aspiracional! ah ah ah... e é como dizes... e faço-o quando estou com mulheres ao café também... desta forma tomo notas...

Miller: todos o fazemos...

EU: sim... mas falar nisto... olha por exemplo... só falas disto em três circunstâncias mais uma...

Miller: três mais uma... com esta baralhaste-me

EU: sim... reparem: 1 - falas nisto contigo mesmo quando vês um gajo todo bom a passar ou quando compras a Men's Health ou algo do género... 2 - falas nisto numa mesa de café com gajas tanto para perceberes o que valorizam como para teres mais tema de conversa e pareceres muito cool; 3 - quando vais com a actual e denigres a imagem do ex dela...

Miller: e a mais uma?

EU: ah ah ah... esta é a minha favorita... quando estou entre gajos para os picar... para os fazer duvidar deles mesmos... fazê-los enfrentar fantasmas e duvidas dissonantes... parto-me a rir com os tipos a tentar decifrar se estou a falar a sério... ah ah ah ah

EU: e tu gaja?... que coisas aprendes ao apreciar o corpo de uma mulher...?

Acompanha aqui: I

terça-feira, 26 de junho de 2007

À conversa com Miller e uma Gaja Podres de Boa I


Eu: (já vou atrasado de novo... chiça para isto... o que vale é que ele tem todo o tempo do mundo...)
Miller: (...onde é que anda aquele gajo... sempre a mesma merda, combina a uma hora e nunca aparece... porra)
Eu: ...boas Miller, estás bom?... Eh pá, desculpa lá o atraso mas sabes como é... acontece sempre alguma coisa (e tal)...
Miller: Não faz mal pá! ...tenho tempo, e nem dei por nada, estava aqui entretido a escrevinhar umas coisas.
EU: ...já pediste o chá?
Miller: já, mas bebo outro.
EU: olha... daqui a pouco vamos ter companhia...
Miller: companhia?... como assim?
EU: pois... convidei uma Gaja Podres de Boa para tomar um chá conosco.
Miller: a sério? a tal de que falavas? a que tem aquele blog sobre tudo?
EU: exacto, essa mesma.
Miller: mmm... e ela sabe ao que vem? ela sabe que aqui no purgatório as coisas aquecem...? que nada está previsto e nada acontece por acaso?
EU: ...bom... é assim: se ela sabe ao que vem, isso não sei, mas também nem é por aí, pois eu estou na mesma. Quanto ao facto das coisas aquecerem por aqui (ah ah ah) deixa lá que a rapariga está habituada a mudanças de temperatura... a avaliar pelo que leio do que escreve
Miller: ...se assim é...
EU: é pois! e olha... quando lhe disse que poderiamos tomar um "chá" com ela, sabes o que me disse?... "chá não, vou antes para uns canecos e umas caralhadas!"... como vês...
Miller: ah ah ah... então vai ser interessante...
EU: acho que sim...
Miller: ...vou gostar de trocar provocações com alguém que me julga morto
EU: ...olha que não sei se ela te julga morto... até porque aquilo que deixaste é intemporal e continua a provocar o intelecto e a libido de todos quantos pegam num livro teu
Miller: digo isto porque hoje mais do que nunca, pelo facto de estar só há muito tempo... sinto que agora é que comecei a viver verdadeiramente, que só depois de estar frente a frente com o meu eu desconhecido é que me aparto dos solilóquios interiores enquanto força que me coloca máscaras perante as pessoas.. percebes?
EU: creio que consigo acompanhar... o que significa que quando estamos com alguém, procuramos primeiro ouvir-nos a nós mesmos e para isso realizamos monólogos internos de forma a escolher a máscara que irá provocar o impacto que procuramos no outro... bem visto...
Miller: exacto... é isso, e pelo facto de estar há tanto tempo aqui sozinho acabo por ter muito tempo para falar comigo... pelo que olho para tudo o que fiz para trás e vejo que foi nos momentos de silêncio e solidão que mais frutos criei... e que agora, ao propor-me a mim próprio estes diálogos contigo e com as pessoas que convidas... terei que voltar a pôr máscaras...
EU: mas isso incomoda-te?
Miller: Não! de forma alguma! também já estou farto desta masturbação mental... e se vier uma Gaja Podres de Boa que faça isso por mim tanto melhor... isto claro sem desprimor para ti... mas uma Gaja é sempre uma Gaja... ah ah ah
EU: percebo-te perfeitamente... porque é que achas que a convidei?... ah ah ah... conversas com um velho babão são boas, mas... podem ficar melhores! ah ah ah
Miller: Sabes porque é que as pessoas dão tanta importância aos encontros ocasionais?
EU: talvez por isso mesmo... pela caracteristica não programada da coisa... pela novidade, pela descoberta
Miller: sim... esse é o drive, mas repara que os principais pontos de viragem nas nossas vidas são sempre fruto de coisas ocasionais, logo a importância dos mesmos transcedem o que dizes, concordas?
EU: não sei se transcende... ou talvez sim... mas lá que é verdade é! de facto são momentos únicos e inesperados que mais marcam...
Miller: ...mas voltamos ao mesmo... às mascaras, ou seja, para que esses momentos não programados possam mudar a tua vida ou ser marcantes de alguma forma... tu já te preparaste para eles de alguma forma... quanto mais desperto para encontros fortuitos estiveres, mais impacto eles têm em ti... logo mais mudanças significativas podem acontecer, certo?
EU: percebo-te... e fazes-me todo o sentido...
Miller: só o homem desperto sabe que todos os "acontecimentos" estão carregados de sentído, sabe que não é só a sua vida a ser alterada, mas que todo o mundo virá igualmente a ser afectado
Eu: E isso é válido para todo o espectro da vida, para todo o tipo de relacionamentos
Miller: sim... por exemplo, o papel do sexo...
Eu: sim, o drive sexual que é talvez dos maiores motores para a busca de encontros ocasionais...
Miller: pois... numa primeira análise é isso, mas repara que o papel que o sexo desempenha na vida de um homem varia muito de indivíduo para indivíduo
EU: varia?
Miller: sim varia... o sexo é um domínio só parcialmente explorado... quanto mais avançamos mais o horizonte recua
EU: então para um homem a vivência que faz da sexualidade é o que difere, é isso?
Miller: exactamente... logo o papel do sexo na vida do homem difere muito de homem para homem
EU: sobre esse ponto de vista... ok... concordo, pois de facto quanto mais julgamos saber sobre a nossa propria sexualidade mais horizontes se abrem
Miller: agora as mulheres... eh eh eh... se a nós se abrem horizontes... a elas abrem-se Universos inteiros...
EU: ... ai sim? tens que explicar melhor... olha... espera... acho que é ela que ali vem

sexta-feira, 22 de junho de 2007

Dedicatória Insana III



... observei-te devagar... durou 1 segundo, beijei-te ao de leve com os lábios apenas...

percorri o teu monte de vénus com doces carícias... usando a pressão dos meus lábios em ti

puxaste-me para ti, quase tirando-me o ar, sufoco causado na tua pele ardente... abracei-te a cintura, apertei-te os quadris... usei os meus polegares e apertei-te as ancas, cravei os meus dedos na tua pele...

explorei ao de leve o teu baixo ventre, com beijos pequenos percorri-te as coxas... que entretanto, devagar foste afastando a perna direita, subiste-a um pouco e acompanhei-a colocando-a sobre o meu ombro...

beijei-a com força... colocando pressão senti que me querias... mais perto, dentro de ti

fui percorrendo bem devagar o interior da tua coxa, como se tratasse de um enorme prenuncio de uma loucura cortante...

voltei ao teu centro... ao teu interior... explorava-te agora com a minha língua... com movimentos secretos muito a teu gosto

procurei a entrada da gruta de odores... de olhos fechados, sentidos apurados, doces sabores

ao de leve em ti assim entrei, com suaves movimentos te saboreei... tremia-me o corpo de assim te sentir... em espasmos seguros, em mermúrios perdidos quase gemidos

senti a textura a mudar em seguida, descobrira a entrada do templo maior... prestei vassalagem à tua condição de Mulher... sorvi em seguida, colando-me a ti, percorri com as minhas mãos as tuas costas sem fim... levantei-te assim, sentada em mim...

(continua...)
Acompanha a Dedicatória Insana: I ; II
foto: Igor Amelkovich

Tributo a ti II




Daniela é uma Mulher...

E como Mulher que é... não a entendo

Mas será que é isso que quero?

Entender, perceber o que é estar presa incondicional?

Ou será que o que quero é soltá-la... libertar-lhe as amarras que a prendem ?

Libertá-la da prisão... em que tudo na sua vida se tornou...?

Daniela é uma Mulher...

De coração de prata...

É uma Mulher que nos aquece o desejo e nos faz sonhar...

A força desta Mulher é pura libido no feminino

É alimento para mim... vê-la sorrir

É alimento saber que mexe... que sente... que vibra...

Que deixa de ver negro e vê claro... independentemente de tudo

Que sente o corpo pulsar... vítima de desejo... de sede de Vida

Daniela é esta Mulher...

Só não vê quem é cego da alma.

Um beijo para ti... amiga Daniela.

Foto: Igor Amelkovich

quinta-feira, 21 de junho de 2007

À conversa com Miller III


Miller: ... pssst FC estás aí?


EU: ...boas M... que contas?


Miller: ... eh pá... ando aqui num stress...


EU: ... então...? que passa?...


Miller: ... sabes... é que aqui no purgatório... volta não volta aparecem os fdp dos arcanjos a chatear a mioleira á gente...


EU: ... como assim...?


Miller: Pois pá... vêm cá armados em guardiões da moralidade e põem-se com merdas... "então diga lá Sr. Miller... está arrependido dos seus pecados... de todas as suas volúpias?..." Não há cú que aguente estes enconados de asas... arre!


EU: A sério... mas já não tens a tua sentença atribuída? Não és já companheiro de armas do chifrudo?


Miller: ... afinal parece que não... disseram-me agora que ainda estou a meio do caminho... apesar de falar com o gajo várias vezes por dia... acho que ainda estou num tipo de estágio...


EU: mmmm... não tinha ideia... mas olha.... os tais arcanjos... o que é que eles querem afinal? levar-te ao céu...? (risos)


Miller: .... porra! ainda me põem umas asas na peida e dão-me um nome de santo qualquer... arre!


EU: ah ah ah ah


Miller: ... mas é assim... os tipos puseram-se com esta conversa porque parece que ainda hà dúvidas quanto à obra literária que deixei...


EU: dúvidas? como assim...?


Miller: ...sim pá. Ainda há quem debata a ideia de se saber se definem o que deixei como javardice ou obra-prima...


EU: ... ahh, ok... ja percebi... de facto há muitas opiniões contraditórias sobre os teus escritos... lá isso é verdade... e é por causa disso que ainda não definiram se te remetem definitivamente aos quintos dos infernos ou se te arranjam um lugar à direita de Deus?


Miller: nem mais pá... sabes que os meus leitores dividem-se em dois grandes grupos: o dos que afirmam que a dose generosa de sexo que há nos meus livros lhes desagrada e repugna, e o dos que ficam encantados ao descobrirem que esse elemento constitui um ingrediente tão importante.


EU: sim, conheço gente dos dois quadrantes... mas sabes o que lhes tenho dito... tanto a uns como a outros? Leiam... sorvam tudo... experimentem sem pré-conceitos... Miller tem desde odor a sexo suado até misticismo religioso elaborado... passa por dor aguda de poeta a relato detalhado de repórter...


Miller: ... é isso FC... tu percebes-me... são poucas as almas penetrantes que parecem ser capazes de reconciliar os aspectos supostamente contraditórios de um ser que somente procurou não esconder nenhuma parte de si próprio naquilo que escreve.


EU: sabes que só quem te conhece pessoalmente consegue dar esse passo... é preciso conhecer-te para perceber a unidade criativa que possuis... passa-se o mesmo comigo sabes?


Miller: Mas demoramos a perceber isto não é? Mesmo eu só tomei consciência disto há relativamente pouco tempo...


EU: Eu ainda não consegui... olha estou agora a usar este espaço na blogosfera exactamente para isso... para tentar a união de contrários...


Miller: Optimo pá... e desde já te digo que estes diálogos me têm sabido muito bem... é bom voltar...


EU: ... pois é... muito bom voltar.... voltar a esta luta diária de aproximação entre o ego e o homem que escreve... entre o íntimo e a palavra escrita


Miller: Nem mais... na minha humilde opinião, esse é o objectivo mais alto que um autor pode fixar-se. O mesmo propósito - a unificação - se encontra implícito em todo o impulso religioso. Talvez eu sempre tenha sido, sem o saber, um indíviduo religioso.


EU: Temos mesmo muito em comum Miller... eu acho... somos homens de re-ligação


Miller: ah ah ah


EU: No outro dia estava a falar com a minha instrutora de Yoga... e sabes que me fascina o tantrismo... a busca da elevação espiritual pelo domínio do corpo sexual


Miller: E só de pensar que ainda há quem não perceba a relação... o sexual e o religioso não são antagónicos e opostos... todos os elementos ou aspectos da vida, por muito pobres, por muito duvidosos que sejam (para nós), são susceptíveis de conversão, e na verdade devem ser transportados para outro nível, de acordo com a nossa maturidade e inteligência.


EU: Eu vou mais longe Miller... nada em nós é intrínsecamente pobre... antes pelo contrário... aquilo a que chamamos "forças baixas" como o drive sexual por exemplo... não é pobre... antes pelo contrário... é rico... muito rico... por ser nosso, por ser excelso impulso... sem isto somos nada


Miller: Sim... claro que sim... expliquei-me mal... o tal esforço que visa eliminar os aspectos ditos repugnantes da existência, que é a obcessão dos moralistas, não só é absurdo, como fútil...


EU: E não há poucos...


Miller: Não percebem FC... não percebem que viver plenamente os seus desejos e, ao fazê-lo, modificar subtilmente a natureza destes, é o objectivo de todo o indíviduo que aspira a desenvolver-se...


EU: T:.A:.F:. caro I:.


Miller: O desejo é soberano e inextirpável, mesmo quando, como dizem os budistas, se converte no seu contrário. Para alguém se poder libertar do desejo, tem que desejar fazê-lo...


EU: O desejo é a força que impulsiona os nobres desígnios... e mesmo aqueles que são puramente instintivos têm o seu papel... é a máquina a alimentar-se a si mesma... se não percebemos isto... se não nos damos um rumo somos meros instrumentos de nós mesmos...


Miller: De facto este é um tema que sempre me interessou muito... sempre fui vítima de movimentos impulsivos, perfeitamente incontroláveis... e antes de patinar.. e mesmo agora também... impressiona-me o pântano de ideias em que se atola o modo tradicional de tratar este tema...


EU: é o que te digo... caro Irmão... pena não teres conhecido a blogosfera...


Miller: pois... já vi que sim...


Eu: Mas... estamos aqui para isso... temos o nosso espaço aqui...!


Miller: ... nice... olha.. pagas tu o chá?


Eu: claro!
Acompanha os Diálogos com Miller aqui: I, II

O dia mais longo do ano...


Hoje é o meu dia... mercúrio ao rubro...


O dia mais longo do ano... o SOLSTÍCIO DE VERÃO ás 19h06m...


Entra o Sol no signo de Caranguejo... as águas primordiais... o útero universal


Hoje é dia de "queca galáctica"... musica nas esferas celestes...


O Astro Rei, meu vizinho e fonte de calor, penetra fundo na condição uterina universal...


Lembrem-se disto a esta hora... saiam à rua, contemplem o Universo por uns breves instantes...


quarta-feira, 20 de junho de 2007

Dedicatória Insana II


De repente... porque não estavas à espera

Encostada agora.. não quiseste fugir

Colei-me a ti... entrelassámos as mãos

Apertei-te com força... enconstado a ti

Tirei-te o ar... senti-te tremer

Prendi-te as mãos... atrás de ti

Cruzei-te os pulsos... puxei-te para mim

Beijei-te o pescoço... mordi-te com os lábios

Tentas-te laçar-me... com uma perna

Puxaste-me... entregaste-te a mim

Tombaste a cabeça... absorta enfim

Tremias assim... pediste-me então

Num mudo silêncio... "larga-me as mãos"

Desci por ti... inalei-te o ventre

Afastaste os dedos... na minha nuca

Desci as mãos... apertei-te os quadris

Colei-me a ti... respirando-te sem fim

Desci as mãos... conheci-te a pele

Apertei-te a curva... atrás dos joelhos

Sentido-te a pele... subi-as enfim

Levantei-te a saia... ao subi-las assim

Apertei o tecido... revelando-te a mim

Colei-me a ti... num beijo fechado

Senti o tecido... húmido por ti... por mim

Senti o teu ritmo... acompanho-te agora

Afagas-me a nuca... apertas-me para ti

Puxei para baixo... o que resta de pano

Abriu-se para mim... o teu mundo enfim...

Assim... de joelhos para ti


... (continua?)


Acompanha a Dedicatória Insana: I

Tributo a ti


Uma amiga...

Uma Mulher de M gigante
Uma Mulher de provações
Uma Mulher que merece e não tem ....


... ainda
... mas vai ter

Lições de vida de um coração de prata:

"Depois da tempestade...vem a bonança (valerá a pena manter a esperança?)

O que sinto é simplesmente indescritível. Desde que adoeci que o meu mundo interno ficou totalmente desestruturado, desorganizado. A minha vida mudou completamente da noite para o dia e o processo de adaptação foi rápido demais.

A cabeça não aguentou. Foram meses de desespero a tentar adaptar-me a doenças, a tentar mentalizar-me das minhas limitações, a ver e a observar as constantes e intermináveis modificações do meu corpo... e o pior de tudo! A confrontação com o meu próprio Eu! A consciência da minha fragilidade. Da fragilidade do meu corpo. Do meu corpo débil, frágil e indomável. Consciência das minhas limitações, das minhas dependências.

Meses e meses de angústia, a tentar consciencializar-me da minha fraqueza e da minha vulnerabilidade. Que afinal, o meu corpo é como uma peça de porcelana... frágil e que necessita de protecção...e não, não posso dominar. Não poso dominar tudo. Foi isso que me deprimiu. Foi esse pensamento que me conduziu ao fundo do poço, à depressão profunda, à desorganização e ao vazio do meu mundo interno, que anteriormente encontrava-se tão rico e preenchido. Porque antes, achava-me vitoriosa, poderosa, dominadora e segura de mim. Eu queria, eu podia. Eu dominava as situações. Eu controlava a minha vida. E, de repente, quando a doença se apoderou do meu corpo, apercebi-me de que afinal não posso dominar nada. Sou simplesmente um ser fraco, carente e vulnerável... como todos os outros.

E não posso dominar a vida. Não posso dominar as situações. Elas simplesmente acontecem. E eu tenho de aprender a adaptar-me a elas. Mas o processo de adaptação é uma tortura.

A experiência de vida pela qual passamos deixa-nos marcas irreversíveis... não no corpo. Mas na mente. Na alma. Quantas, mas quantas vezes julguei estar perdida na loucura... ainda hoje penso. Foram dois anos desgastantes de alterações às quais não consegui adaptar-me. Ainda estava muito presa ao passado. Ao passado nostálgico em que tudo era perfeito (ou quase perfeito) em que o meu corpo era saudável, a minha mente era liberta, e eu sentia-me segura e confiante.

E o presente... o presente angustiante, torturante dava cabo de mim. Ansiava por um amanhã melhor que nunca mais chegava. Vivia na fantasia de que um dia tudo iria melhorar... mas não melhorava. Acabei por perder as esperanças. Mergulhei e afundei-me em mim mesma, procurando perceber o porquê disto tudo acontecer... assim tão repentinamente. Tentei compreender o motivo pelo qual estava aqui, o porquê de tanto sofrimento, de tanta tortura psicológica que me estava a matar interiormente e caí... caí numa auto-análise obsessiva, mergulhei no meu Eu mais íntimo.

Fiz uma viagem interior, desfolhando cada página da minha vida, desde o dia em que nasci até ao dia de hoje. Retirei das gavetas todos os fantasmas escondidos que há tanto recalcava há tanto, talvez por vergonha, talvez por medo... mas tinha de os libertar! Tinha de os enfrentar! Para me compreender... para me ver.. para tentar descobrir a minha vida... para tentar descobrir o que estava aqui a fazer. Fundamentalmente, tentar perceber que sou eu afinal. Desvendar os meus segredos de criança, compreender as minhas fantasias, desfolhar as páginas da história da minha vida e tentar descobrir-me. Descobrir quem sou e o que construí até hoje. Os motivos dos meus medos. Dos meus fracassos. Das minhas ansiedades. Das minhas emoções, dos meus desejos mais resguardados e íntimos.

Tudo o que sou hoje é fruto e construído de um passado. De um passado vivido e esquecido. Resguardado em lembranças e fantasias. Arquivado em gavetas empoeiradas, esquecidas. Um passado em que eu tinha receio de te reviver ou relembrar. Um passado que eu tinha medo de tentar compreender, pois poderia assustar-me. Porque a realidade quando compreendida, é assustadora. E eu tinha medo. Medo de enfrentar os fantasmas do passado, de reviver e tentar compreender a minha história de vida. Pegar no livro, e começar a desfolhar e a desvendar o Eu, o meu verdadeiro Eu. As minhas raízes.

Foi aí que ganhei coragem e abri o livro. E confrontei-me. Deparei-me comigo mesma. Com a minha história de vida. Com as personagens da minha vida. Foi uma intensa e desgastante viagem interna ao meu ser. Foi um olhar para dentro de mim. Uma regressão ao tempo, ao espaço. Confesso... foi assustador. Diria até, torturante. Por mais que procure, não tenho palavras para descrever aquilo que senti. Não existem palavras que possam definir a intensidade do sentimento vivido... o que é uma mera palavra diante de um sentimento tão forte... simplesmente... indescritível

Já não conseguia controlar o meu pensamento. Estava a tornar-me obsessiva com toda esta análise. Afundei-me em mim, afundei-me em meus pensamentos de tal maneira, que cheguei a ter medo de mim mesma. Pensei estar a ficar louca, demente... nada mais fazia sentido. Por mais que quisesse compreender a minha vida, mais perdida me sentia. Sentia-me num vazio, numa completa confusão mental. Cheguei mesmo a sentir pena de mim mesma. Era tão castrador.

Tudo se resumia a dar um sentido, um valor à minha vida. A uma vida que estava desorganizada e desadaptada do real. Uma vida que estava prendida ao passado. Não existia aqui e agora. Não existia nada! Apenas fantasmas e fantasias. E desejos. Desejo de tentar compreender. Desejo de tentar viver uma vida sã e normal. Desejo de voltar a viver uma vida como tinha antes, livre de preocupações, de doenças, de pensamentos obsessivos, aterrorizantes.

Mas o passado é história. Já foi. Precisava de m libertar das correntes do passado e aprender a viver o agora! E enquanto estivesse presa às correntes de um passado já vivido, nunca seguiria para a frente. O presente jamais seria vivido com prazer, com satisfação. Apenas resta a angústia, o sofrimento...

Viver na nostalgia... não é viver. é buscar constantemente a tortura. Tempo não volta atrás, e os momentos são irreversíveis. Para quê? Para quê vivermos o hoje, o agora com o sonho do ontem? O ontem morreu... ficou para trás... podemos até relembrá-lo como doce lembrança e recordação da nossa vida... porque sim, o que somos hoje é constructo do que fomos ontem, e não devemos esquecê-lo nem apagá-lo de nossas memórias. Mas não! Nunca vivê-lo obcessivamente! Não viver um presente em torno de um passado. Não chorar por um passado perdido. Porque a vida continua. E se ainda estou aqui hoje... é por algum motivo. Não sei qual. Não sei porquê. Sei apenas que estou aqui, e que por muito passei. E ainda hoje estou a passar.

Cada dia, quando acordo e me olho no espelho vejo um novo Eu. Todos os dias me reinvento. Todos os dias me reconstruo. Como Mulher. Como Ser. Procuro o saber, o conhecer, procuro-me a mim mesma, procuro os outros, procuro ir mais além! E assim... vou-me construindo... todos os dias. Pedra sobre pedra. Crescendo e amadurecendo. Criando e recriando. Aprendendo e ensinando. E isso faz de mim um ser único. Como todos os seres são únicos. E aí pergunto, se valerá a pena continuar a questionar e a tentar compreender o valor da vida...
Deixemo-nos caminhas apenas pela estrada da vida, apanhando as pedras que encontramos pelo caminho, que nos constroem, que nos fortalecem, que nos alimentam todos os dias...

E não vale a pena tentar compreender... porque nunca... mas nunca chegamos a uma resposta ultima e verdadeira. Porque todos os dias sou uma nova Mulher. E cada dia conheço um novo Eu.

Cada vez maior."


Daniela Rodrigues - a Mulher de M gigante

Fim de citação

segunda-feira, 18 de junho de 2007

Dedicatória Insana


Insana disse: "Adorei... saber que foi por minha causa que voltas te á blogosfera (e pk outras familias pediram... lol) mas o que conta sou eu.. Afinal fui eu que te inspirei.. (ou inspiro)... lol ainda nao li o blog todo, mas vou tentar faze-lo dentro em breve e comentarei...Beijinhos.."


Insana...


De facto... aquela tua mensagem com o convite para te visitar... foi uma sincronicidade dos diabos...


Fui ao teu canto, estavas á porta, convidaste-me a entrar...A principio fiquei surpreendido... não estava a espera de te ver ali... mesmo á porta...


Entrei... segui os teus passos... o teu cheiro inebriante obrigou-me a alcançar-te a mão... precisei de ajuda para te seguir, estava a ficar fora de mim... meio bêbedo como quem sente a consciência a fugir...


Tu sorriste... doce


A serenidade do teu sorriso deu-me alento... deu-me calor no peito... quase posso jurar que senti que me apertavas a mão com mais força... mas também podia ser só desejo a falar...


Após o átrio do teu espaço conduziste-me a uma estreita passagem... com luz trémula como eu... entrei, sempre segurando a tua mão... a meio... estava escuro... cada vez mais escuro... não sei se eras tu que me esqurecias o caminho com teu doce odor... breu de tão negro que deixei de te ver, apenas sentia a tua mão e deixava-me guiar por ela... até ao fim do mundo pensei...


Paraste a meio... eu não soube... percebi a meio que me esperaste...


Não hesitaste... deixaste que meu corpo embatesse no teu, encostaste-me encostando-te...


Colaste a tua testa na minha e respiraste, cheiraste-me o rosto, o pescoço... tentei beijar-te... não deixaste...


Seguravas os meus pulsos com grip de leoa...


Aqueceste-me a perna ao colares-te a mim... desceste por mim... baixaste-me os braços...mordeste-me de leve


Subiste por mim...


Empurrei-te agora...


Agora sou EU... encostei-te á parede...

domingo, 17 de junho de 2007

À conversa com Miller II


Miller: Blogues... que coisa fantástica!! Pena que enquanto era vivo e deambulava pelas minhas páginas em Paris não tinha disto... que pena... que pena....


EU: Pois é Miller... terias dado um bloguista de primeira..


Miller: Isto do blogue é como um diário... não?


EU: mmm... podes dizer isso...


Miller: Espreitei o teu blogue (sabes aqui no inferno temos net a 666GB) e mais uns quantos donde sublinho um das gajas podres de boas, ou lá o que é...


EU: São demais... olha um destes dias hão-de vir tomar um café conosco...


Miller: A principal preocupação de um diarista não é a verdade, embora possa parecer que assim é, tal como a principal preocupação do artista consciente não é a beleza.


EU: mmm... mas a ideia de um blogue intimista, tal como um diário será a busca da verdade...


Miller: Caro amigo... repara que a beleza e a verdade são subprodutos da demanda de alguma coisa que está para além de ambas. Mas do mesmo modo que nos impressiona a beleza de uma obra de arte, também nos impressionam a verdade e a sinceridade de um diário.


EU: ...sim subprodutos... acho que percebo o que queres dizer... é uma ilusão... um diário, tal como um blogue é Maya... ilusão... mesmo quando pensamos que não... é isso?


Miller: Temos, ao ler as páginas de um diário íntimo, a ilusão de estarmos frente a frente com a alma do seu autor. Trata-se do carácter ilusório do diário, do seu carácter artístico, por assim dizer, tal como a beleza é o elemento ilusório da obra de arte reconhecida como tal.


EU: sim... sem dúvida Miller... um bom diário, ou um bom blogue intimista, dá-nos essa percepção artistica...


Miller: O diário tem que ser lido de modo diferente do romance, mas o objectivo é o mesmo: o autoconhecimento. O diário é, pela sua própria natureza, quotidiano e orgânico, enquanto que o romance é intemporal e convencional.


EU: Mas olha que o blogue já será um misto... um blogue será... digamos... um diário romanceado


Miller: Achas..? Na minha ideia penso que sabemos logo mais, ou julgamos saber logo mais, acerca do autor de um diário do que acerca de um autor de um romance.


EU: No sentido estrito do termo tens razão... mas um blogue intimista ou "diarista" os conceitos misturam-se, já não escreves só para ti como num diário clássico... mas partilhas ao mesmo tempo que verbalizas...


Miller: Acho que te percebo caro amigo... pois desta forma e quanto ao que realmente sabemos de cada um deles, dos autores, quero eu dizer, já é mais díficil dizê-lo: porque o diário não é em grau superior ao do romance uma transcrição da própria vida. Trata-se de um meio de expressão em que a verdade predomina sobre a arte. Mas não é a verdade. Não o é pela simples razão de ser a verdade o seu problema fundamental, a sua obsessão, por assim dizer.


EU: Sim... um romance é também uma trancrição individual... uma análise pessoal... essa busca obsessiva pela verdade está num blogue intimista como está num romance...


Miller: Sendo assim... tenho pena de não ter conhecido a blogosfera antes de patinar... porra...


EU: caríssimo... isso resolve-se... é uma questão de irmos falando no café do purgatório... e eu vou publicando as nossas aventuras lá em cima na blogosfera... parece-te bem?


Miller: Se me parece bem...? e ainda por cima trazes as "gajas podres de boas"??? Amigo que saudade... eh eh eh eh


EU: Está combinado... temos é que as convencer primeiro... a ver vamos...


Miller: Diz-lhes que vamos procurar não a verdade das coisas, mas uma expressão da luta dos autores por se libertar da obsessão da verdade...


EU: eu digo... aliás... elas vão ler... ;)


Miller: bem... o chifrudo já chama... tá na hora de queimar e esfolar mais uns quantos incautos... até amanhã caro amigo...


EU: ok... Miller... a gente amanhã fala outravez... fica bem... olha... pagas o chá?


Miller: pago... na boa... vá põe-te a andar!


EU: xau
Acompanha os diálogos com Miller: I